quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Moro no 12

Aquela era uma noite especialmente quente. A luz amarelada do abajour piscava irritantemente, a janela estava aberta, o ventilador ligado mas ela ainda sentia-se sufocada. Andava pelo quarto perguntando-se o que estava errado, vestia quase roupa alguma, já havia revirado por horas na cama e acabado com o estoque de água gelada. Voltou à cozinha, abriu a geladeira e retirou a bandeja de gelo. Passava a pedra de gelo pelos lábios e depois pelo pescoço e pela nuca. Uma gota de água fria escorreu por entre os seios o que os fez acender como que a competir com a luz amarela do abajour. De repente estava em algum estágio entre o estado de alerta e a inconsciência parcial. Foi quando ele invadiu sua mente. Estava ali tão perto, só o que os separava eram os 0,80m de corredor. Naquela tarde tinha sentido seu cheiro no elevador. Não era perfume barato nem desodorante de farmácia, não era perfume nenhum que se pudesse comprar, era o cheiro da pele dele o que ela sentiu. E havia escorregado os olhos pelos músculos do pescoço e pelos ombros cobertos pelo algodão da camisa. Ele também a havia notado ou não lhe teria dado aquele olhar safado de quem sabe o que vem depois da entrada. Nem uma palavra. Só olhares e aromas. Ela abriu a gaveta da cômoda e escolheu uma calcinha branca, pequena, a menor que encontrou. Vestiu uma camiseta por cima dos seios nus e uma saia jeans. Perfeito. O gelo acabou e ela buscou mais duas pedras na bandeja. Passava as pedras pelo corpo e caminhava em direção à porta. Mão direita na maçaneta. O primeiro passo porta a fora. O dedo indicador na campainha. O mesmo olhar safado percorrendo seu corpo em segundos. Antes que ela falasse qualquer coisa ele a segurou pela cintura e pressionou seu corpo contra a porta. “Bem, achei que teria que buscar você”. O cheiro dele invadindo suas narinas como um alucinógeno. “Vem”. A voz rouca dançando em sussurros. Beijaram-se como se tivesse esperado por isso a vida toda, como se quisessem sugar um do outro toda sua essência. O desejo tomou conta dos dois, tomou conta de cada objeto do apartamento. Ele passeava as mão por dentro da camiseta e a respiração dela aumentava o ritmo entre um gemido e outro. A porta do apartamento foi fechada, ele a empurrou para a cama e subiu por cima dela beijando seu pescoço, seus seios, numa ânsia louca de tomar seu corpo inteiro. Ele escorrega uma das mãos por debaixo da saia, afasta a calcinha e sente... está quente e molhado, era o que ele esperava. Ela desabotoa o jeans dele e ordena. “Tira”. Ele se despe e nu, na cama, pronto pra comer a vizinha sem nome até amanhecer, se da conta de que ela ainda esta vestida e só então tira a camiseta mostrando os seios prontos pra ele chupar e lamber, desliza a saia pelas pernas e mostra a calcinha. Em segundos ele a imagina escolhendo aquela calcinha só pra ele... explode de tesão. Com as duas mãos segura a bunda macia, gostosa de pegar, puxa a calcinha, apóia uma das pernas dela na cama e lambe seu sexo, sente o gosto e o cheiro. Depois a joga de novo na cama e se enfia dentro do corpo quente enquanto ela geme e puxa o corpo dele para mais perto dela. O corpo que ela tentava esfriar com as pedras de gelo agora ferve de desejo pelo desconhecido. A noite foi de alucinação. Eles gozam. As coxas dela estão meladas e os ombros dele estão marcados pelas unhas dela. A moça se levanta, veste-se e antes de sair avisa: “Moro no 12”.

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