quarta-feira, 24 de março de 2010

sexta-feira, 19 de março de 2010

Leite com Canela


Aquela moça ali na ponte, o sol se pondo... impossível não criar uma história inteira para ela. Eu a via menina. Longos fios de cabelo dourado penteados em duas tranças que tocavam o meio das costas. Olhinhos azuis pequenos e divertidos. Um vestido de organza azul e babado branco. Correndo, pulando dançando.
Pude vê-la mais tarde também, abraçada aos cadernos caminhando em direção à escola. Duas lágrimas correndo pela face rosada. A primeira briga, o primeiro namorado, a primeira dor de amor.
Tão bela ali debruçada na ponte, olhando a água que corria pelo riacho. Tinha a pele branca e salpicada com pequenas sardas, como leite com canela. Por vezes levantava os olhos em direção ao céu como a procurar uma resposta às questões que lhe passeavam pela mente. Já não tinha mais os cabelos longos, eles agora roçavam delicadamente seu pescoço e embora o vento os jogasse para todas as direções de tempo em tempo, acabavam por voltar ao estado inicial comportadamente.
Eu não podia mais olhar para ela como um homem normalmente olha uma mulher. Era como se ela houvesse se tornado algo sagrado e intocável. Não pude falar com ela, só observá-la de longe e dar-lhe um passado, um belo futuro e um nome, como a uma personagem de romance. Caroline. Carol.
Fiquei ali, hipnotizado por bastante tempo. Até que ela virou o rosto, sorriu para mim, virou-se e foi embora. Caminhando delicadamente como se não tocasse o chão, até desaparecer na estrada.

terça-feira, 16 de março de 2010

Quem aí gosta de um xote gostoso?

Nostalgia

Faz muito tempo que eu não te escrevo assim, no comecinho da manhã, mas hoje vim pensando muito em você no caminho de casa até aqui. Acho que foi mesmo um momento de nostalgia desses que a gente tem de vez em quando. Lembrei das noites em que eu acordava atormentada, com o ar faltando, perdida de tanto desejo e só conseguia dormir depois de derramar tudo em palavras escritas.

Não acordei essa noite desse jeito, infelizmente, porque é um jeito bom de perder o sono, mas tive bastate saudade desse tempo. Desse tempo de música, de sorrisos, de muito prazer e nenhum compromisso.

E agora de manhã eu percebi como vou sentir sua falta. Acho que da mesma forma que a gente costuma sentir falta de uma viagem maravilhosa e inesquecível ou de um momento mágico, porque são coisas e sentimentos que não voltam e que nunca vão se repetir da mesma forma. São únicos, só poderiam ser vividos uma vez.

Ficam, contudo, as lembranças, as sensações. Ainda posso contar um dia às minhas filhas - e às filhas delas, quem sabe? - que conheci um homem que me tirava do prumo com o olhar, que me fazia parar de pensar só de tocar meu joelho, que tinha um beijo com um gosto que eu nunca mais encontrei igual.

Quantas mulheres podem dizer o mesmo?

sexta-feira, 12 de março de 2010

Let´s try again

Estou cansada de amor barato, de amor migalha, amor resto, sobra, resquício. Estou farta de tantas súplicas e de tantas réplicas. De lágrimas e estado de euforia. De ouvir estorinhas bonitas e vazias. Tudo bobagem de novela. A vida não é uma novela.
Acordem para o que realmente existe. O prazer do sexo, de um bom papo, de uma boa companhia. Por que algemas de compromisso? Onde foi? Que horas volta? Com quem estava? É um martírio inútil. Tudo um dia termina em dor, mágoa, ofensa.
Quantos momentos passam e não notamos... Opto nesse exato por um amor diferente. Amor de minuto, de hora, não mais que um dia. Entrego-me e esqueço. Escolho uma solidão compartilhada com dia e hora para começar e acabar.
Só posso dar o que puder receber.

segunda-feira, 1 de março de 2010

A Casa dos Budas Ditosos



Antes de ser um livro sobre o pecado da LUXÚRIA, A Casa dos Budas Ditosos é um grito contra a hipocrisia da sociedade em que vivemos. Eu recomendo a leitura, embora João Ubaldo Ribeiro dispense recomendações.