sexta-feira, 11 de julho de 2008

Lembranças de Janeiro

Esta não é uma carta e amor. É um refúgio. Um forma de apaziguar o turbilhão de sensações que passaram a fazer parte da minha rotina. Esta é minha tentativa de desgastar minhas lembranças na esperança de que elas se desfaçam e eu deixe de viver das sombras do que foram as últimas das tardes de janeiro.

Tardes que me trouxeram de volta para o mundo dos homens. Que me fizeram novamente sentir calor no coração, sorrir com sinceridade, olhar o mundo colorido. Havia esquecido como estar viva é tão importante e quanto ainda há no mundo para conhecer, entender, descobrir. Deixei de ter medo da vida, medo da dor e do amor.

Ganhei outra chance. Outras oportunidades. Como apreciar o pôr do sol por alguns minutos, mesmo que da janela do escritório, andar na chuva, ver meu rosto nos olhos de outra pessoa, dividir uma garrafa de vinho, dormir abraçado, ler poesia, cantar no chuveiro. Prazeres que haviam sido deixados no passado.

Por isso, por mais lágrimas que tenha derramado. Por maior que tenha sido a dor que senti, cada segundo de janeiro foi gratificante. Fui intensamente feliz. Amei e amar não pode nunca ser ruim, se é ruim não é amor.

Amei e o meu amor foi incrivelmente grande, intenso e insensato, foi puro e insinuante, foi solitário e aconchegante. Amei um amor gratuito, sem retorno e sem cobranças. Amei e a herança desse amor é a mais bonita que pode existir, a eternidade.

Então o que posso dizer ao meu amor além de ‘obrigada’. Obrigada pelos sussurros, por seu hálito quente no meu pescoço e por todas as promessas veladas que nunca poderão ser cumpridas.

Danielle Gomes

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