quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Novo Encontro

Eu te encontrei e era tudo tão perfeito. Nós dois éramos perfeitos. Nem uma mancha, nada a corrigir ou a mudar. Nos teus braços eu saciava todas as minhas necessidades. Contigo passaria todos os dias da minha vida. E seriam dias de sol e água doce. Impossível não ser feliz com você. Os dias passaram, as semanas, meses, anos... Ainda te amei. Não o mesmo amor louco e apaixonado. E era melhor que fosse assim. Um amor maduro e racional dura para sempre. Ainda havia beleza em nós. Ainda precisava de você pra ser feliz, embora já buscasse em outras coisas a embriaguez. Meu mundo, seu mundo. A interseção era quase total. Veio o casamento inevitável. A casa de bonecas cuidadosamente decorada. Habitada por sonhos coloridos. Tinha quase tudo de você naquela casa e por isso eu a amava com intensidade. Também veio o bebê e mais um tanto incalculável de responsabilidades. Alguns problemas começaram a ganhar um peso maior do que planejamos. A rotina. Não havia mais nada o que descobrir. Estava tudo ali. Eu poderia descrever a cena em detalhes antes mesmo de abrir a porta de casa. Outros moradores foram entrando. A impaciência, a intolerância, o tédio. Com a lotação os antigos moradores foram nos deixando. O carinho, o perdão, o amor. Hoje o que resta além de dois corpos coabitando o mesmo espaço? Nem brigas existem mais. Não há nada pelo que brigar porque não há nada em mim ou em ti que interesse ao outro. Queria te encontrar de novo...

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