quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Escuridão

Minha cabeça dói. Dor intensa. Meu peito arde. Que inferno!!! Onde você foi parar? Onde fomos parar nós dois? Perdidos na estupidez humana que não entende de onde veio e qual é seu destino.Deixei que você fosse. Mas o que eu poderia fazer. Enfrentar? Enfrentar sua obstinação? Nunca fui capaz disso. Sempre obedeci, obedeci, obedeci cegamente.E agora? Quem vai me dar ordens? Quem vai orientar minhas ações, meus pensamentos, minhas palavras? As próximas páginas do meu livro permanecerão em branco.Você não podia. Não tinha o direito de ir embora. De não deixar pistas depois de ter devastado meu coração, meu espírito e meu corpo. Como pode virar e seguir, consciente da minha solidão e do meu desespero? Como pôde me mostrar a felicidade, tornar-la parte da minha rotina até que eu estivesse viciada e, de pronto, sem anestesia, tomá-la de mim?Não. Nunca teve por mim amor. Talvez nunca tenha tido amor por ninguém. Prefiro acreditar que não. O que faltou? O que eu não fiz? Essas perguntas sem respostas me enlouquecem.Olho pela janela. Trinta ou quarenta metros me separam do fim desse tormento. Será como se eu nunca houvesse existido. Não existirão mais perguntas, nem dor, nem desespero. Só alívio.Lanço-me. Mergulho no nada. Imaginei que fosse acabar mais rápido. Minhas lágrimas secam com o vento. Vejo você dentro de mim antes que tudo se apague.

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