quinta-feira, 22 de maio de 2008

Olhos de Lince

O sonho se repete. É noite e uma multidão me cerca. Ainda assim nunca uma dor de solidão doeu tão forte. Rostos conhecidos e desconhecidos passam por mim a sorrir. Não sei o que faço ali... Sons de copos sendo cheios, conversas, burburinhos, risadas. Eu procuro a saída. Não gosto de barulho, de confusão. Alguém segura meu braço. Sinto as unhas quase a perfurar minha pele. Viro o rosto e encontro o olhar da fera. Olhos de lince. Eu quero fugir, preciso fugir, sei do perigo, mas não me movo, minhas pernas não me obedecem. As unhas apertam mais forte meu braço, mas me dói o peito. Dói profundamente. Meus joelhos dobram e um grito abafado sai da minha garganta. Acordo sempre chorando.

Danielle Gomes

23 de janeiro de 2008

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