quinta-feira, 22 de maio de 2008

Montanha Russa

Se fecho os olhos sinto seu perfume, vejo seu rosto em todos os outros. É a saudade ardendo, o coração dizendo pra esquecer o orgulho e seguir em frente. A vontade é grande... mergulhar de cabeça, fechar o olhos e só sentir... Como quando a gente chega no topo da montanha russa, vai descer, é inevitável... se a gente pudesse pulava fora, mas não pode, e de algum modo isso é bom, é delicioso, porque não é possível fugir. Então alguém fala comigo e eu esqueço da montanha russa. Mundo real. Por dois minutos consigo não pensar em você, depois começo a vagar de novo pelo deserto desse sentimento sem sentido, sem lógica, sem razão e a pessoa do meu lado torna-se apenas uma voz longe... tão longe que de repente o sonho é o mundo real e o meu mundo real é você, ou o que a gente viveu, ou o que ainda vai viver. São nesses momentos que eu me sinto viva de verdade... me sinto inteira em você, completa, sem espaços que precisam ser preenchidos com frases ou ações superficiais. Você já pensou que nós nunca falamos do tempo? Ou do time de futebol? Ou de como os preços estão subindo? Porque ninguém nunca diz isso pra si mesmo e nós somos assim, um só, ou nenhum. Isso é bom? Não, nem sempre, nunca. Mas é gostoso de sentir. Como quando alguém faz cócegas na gente, é uma sensação ruim de impotência diante do outro, mas a gente gosta!
Vivo esse sentimento mesmo agora que você não quer mais dividí-lo comigo. Um pouco porque não posso evitar, um pouco porque vejo nos seus olhos, ouço na sua voz e sinto profundamente que você tenta, mas não consegue estar distante o suficiente para me afastar de você.

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