quinta-feira, 30 de outubro de 2008
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Histórias Inventadas
Escuridão
Minha cabeça dói. Dor intensa. Meu peito arde. Que inferno!!! Onde você foi parar? Onde fomos parar nós dois? Perdidos na estupidez humana que não entende de onde veio e qual é seu destino.Deixei que você fosse. Mas o que eu poderia fazer. Enfrentar? Enfrentar sua obstinação? Nunca fui capaz disso. Sempre obedeci, obedeci, obedeci cegamente.E agora? Quem vai me dar ordens? Quem vai orientar minhas ações, meus pensamentos, minhas palavras? As próximas páginas do meu livro permanecerão em branco.Você não podia. Não tinha o direito de ir embora. De não deixar pistas depois de ter devastado meu coração, meu espírito e meu corpo. Como pode virar e seguir, consciente da minha solidão e do meu desespero? Como pôde me mostrar a felicidade, tornar-la parte da minha rotina até que eu estivesse viciada e, de pronto, sem anestesia, tomá-la de mim?Não. Nunca teve por mim amor. Talvez nunca tenha tido amor por ninguém. Prefiro acreditar que não. O que faltou? O que eu não fiz? Essas perguntas sem respostas me enlouquecem.Olho pela janela. Trinta ou quarenta metros me separam do fim desse tormento. Será como se eu nunca houvesse existido. Não existirão mais perguntas, nem dor, nem desespero. Só alívio.Lanço-me. Mergulho no nada. Imaginei que fosse acabar mais rápido. Minhas lágrimas secam com o vento. Vejo você dentro de mim antes que tudo se apague.
domingo, 26 de outubro de 2008
Insonia
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Presente cor de rosa
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Como passarinho
Seus olhos são tão calmos, tão profundos, tão serenos. Perco a mim mesma detro deles. Não posso resistir, mergulho num não sei quê que me puxa e me prende até eu não mais responder por mim. Quase uma doença. Um vírus que me consome. Eu tento desviar o olhar mas uma angústia lancinante toma conta do meu corpo, a cabeça rodopia e quando me dou conta lá estou eu, dentro dos seus olhos. Deixa-me ir, eu suplico, mas você não permite. Sustenta meu olhar com toda força do mundo. Eu te pertenço há tanto tempo e com tanta intensidade que não acredito mais haver vida fora do seu mundo. O cativeiro, contudo, me machuca, todo o cativeiro é sofrimento, ainda que seja o mais doce deles. Preciso ser livre mesmo que não sobreviva em liberdade, como os passarinhos nascidos na gaiola. Preciso sair de dentro desses olhos castanhos e conseguir ver novamente meus próprios olhos, maremotos e furações, angústia, ansiedade, medo. Há uma bagunça dentro de mim. No início me senti protegida dentro do seu mundo racional e organizado, agora tenho que ir, encontrar sentido na desordem do meu ser. Abre seus olhos, amor, e deixa-me ir.sábado, 18 de outubro de 2008
sem título... aceito sugestões
Depois o sorriso veio na minha direção, abrindo-se e ofuscando-me. Que lindo. Apaixonante. Disse mil coisas só com um sorriso. Fiquei encantada. Agora tenho medo.
Danielle Gomes
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Porque a vida é doce
Rodrigo Santos
Eterna Espera
Danielle Gomes
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Wisky
Ouvi alguém dizer que bebe para esquecer. No fundo não sei se quero esquecer. Acho que sou meio como essa pedra de gelo. Meio submersa em algo escuro e duvidoso que gira em torno de mim enquanto permaneço imóvel.
Levanto os olhos em direção à janela. O vento bate mas não faz barulho. É um silencio absurdo. Acho que você estaria feliz aqui no meu lugar. Silêncio e solidão. É isso que aprecia. Embora não goste de wisky assim como eu. Será que finalmente temos algo em comum? Para falar a verdade não tenho nenhuma certeza sobre o wisky. Talvez até seja sua bebida preferida.
Um brinde a você e ao seu amor por si próprio. Ah, sim. Disso estou certa. Seu amor por si mesmo é incondicional. Quem disse que você não tem amor por ninguém? É o maior amor que eu já vi na vida, amor pelo seu ego inflado e abundante.
Eu rio. Gargalhadas altas. Acho que estou meio tonta. Tento me levantar mas acabo desistindo, melhor ficar por aqui mesmo. Está tudo bem no fim. Forço um gole de wisky e percebo depois que a pedra está menor. Será que vai acontecer comigo? Será que vou diluir e desaparecer?
Foi tão melhor ter-se ido. Vai embora. Leva essa crueldade alimentada pela escuridão.
Vou filtrar tudo e manter só as boas lembranças. O dia que vi meu rosto dentro dos seus olhos. Um sorriso. Dormir no seu braço. O cheiro do seu sabonete. Vou guardar tudo isso dentro de um baú. O resto você pode levar com você. As ofensas, as lágrimas, as mentiras. Fique com tudo.
Já não há mais pedra de gelo. Só a água suja um pouco mais rala. Assim fica mais fácil beber.
Danielle Gomes
domingo, 12 de outubro de 2008
Tarde de Chuva
Hoje o dia começou difícil. Chuva pequena, mansa, ininterrupta. Chuva daquelas que não quer parar de chover. Nem tem cheiro de terra molhada porque em São Paulo nem tem mais terra, Nem tem mais mato, nem tem mais minha infância.O dia hoje continua difícil, áspero, triste. Sempre achei a chuva triste, mas também é confortante. Cobertor, pipoca e chocolate quente. A janela do quarto cheinha de pingos, lágrimas de Deus. Já não sei se escorrem dos meus olhos ou pelo vidro da janela.Penso nos dias que se foram. Não se lida com o passado. Melhor deixá-lo onde está. Ou sofremos porque a felicidade é finda ou pelas feridas que estão sempre abertas.Hoje não dá nem pra tomar banho de chuva. A chuva é fina e fria, penetra os ossos e atinge o espírito. Nem tento. Nem penso. Ou melhor, penso.Mas afasto o pensamento. Melhor ficar aqui dentro.Protegida, mas sozinha.
Danielle Gomes