Faz tempo que eu não escrevo nada, o que não é legal porque é quando eu escrevo que consigo externar o que há de melhor e mais verdadeiro dentro de mim. Não sou uma grande escritora, acredito, justamente porque não consigo escrever sobre o que não sinto ou senti, sobre o que não vivo ou nunca vivi. Tudo o que eu escrevo vem de dentro de mim, é mais forte que eu e vai sendo simplesmente expelido em sílabas, sons e fonemas de forma completamente aleatória... sim, quase sempre depois de escrito volto ao texto e vou lapidando uma coisa aqui e outra ali, mas a essência é aquela, a mesma, desde o início.
Mas não era sobre isso que eu queria escrever (viu? não tenho qualquer controle) é sobre você. Faz tempo que não escrevo sobre você e essa é uma das mazelas da rotina, ter você ao meu lado com tanta frequência parece que me fez refletir menos sobre você, sobre a gente, sobre essa miscelânea de sentimentos que envolve a nossa relação.
Outro dia porém me flagrei em devaneios interessantes...
O que eu gosto em você? Porque o seu rosto me vem a mente de repente no meio do dia, porque essa sensação gostosa cada vez que alguém passa perto de mim usando o seu perfume, porque a vontade de dizer 'boa noite' antes de dormir?
Aí pensei em como gosto quando você enrola a mecha do meu cabelo com o dedo enquanto assiste televisão. Quando me puxa pela cintura pra ficar mais perto do seu corpo quando deitamos juntos. Como gosto do seu sorriso só com o canto da boca... e o cheiro da sua pele que é o mesmo no final do dia ou assim que sai do banho.
Lembrei também que gosto até das suas broncas, porque elas tem um qualquer coisa de carinho e cuidado que me enternece... de quando você deita a cabeça no meu colo e fecha os olhos como se entregasse a alma aos meus cuidados e de como é boa a sensação dos seus braços em volta do meu corpo.
Na verdade não cheguei a qualquer conclusão sobre o que me faz ou não te querer tanto, o que eu entendi é que na verdade não importa o porque, o que importa é que é assim e que enquanto for será para sempre.
